Nossa história não começou por acaso. Ela nasceu de uma profunda cicatriz deixada pela dor e pela perda, mas também foi moldada pela extraordinária força da solidariedade. A Rede TERRA VIVA fundada em Nova Friburgo (RJ), o epicentro de uma das maiores tragédias climáticas da história do Brasil.
Vimos de perto o sofrimento, mas testemunhamos o poder da união. Estamos aqui para transformar o luto em ação e garantir que nenhuma outra comunidade enfrente o despreparo diante de um desastre. Nós transformamos nossa dor em força para construir um futuro mais resiliente.
Em janeiro de 2011, chuvas torrenciais devastaram a Região Serrana do Rio de Janeiro, provocando enchentes e deslizamentos de terra em uma escala sem precedentes. Considerada a maior catástrofe climática do país, a tragédia deixou um rastro de destruição, com mais de 900 mortos e centenas de desaparecidos em cidades como Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Foi nesse cenário de caos e dor que nossa missão, já existente em nosso DNA, se tornou inabalável e pública.
Nossa identidade foi forjada muito antes dos grandes desastres, no pó e na esperança das ruas de Nova Friburgo. Nossa jornada é sustentada por dois pilares fundamentais que definem quem somos: a capacitação técnica e o cuidado social.
1. A Semente Social: O Projeto Casa Esperança (1999) Antes de sermos conhecidos pela resposta a emergências, éramos agentes de mudança no bairro Cordoeira, na época um dos locais mais desafiadores da cidade. Ali, fincamos nossa primeira bandeira com o "Projeto Casa Esperança". Não era caridade, mas um manifesto pela dignidade. Criamos um refúgio seguro para que crianças e jovens pudessem aprender, sonhar e descobrir uma nova perspectiva de futuro. Foi no Cordoeira que aprendemos nossa lição mais valiosa: o maior impacto que podemos gerar é criar um ambiente onde as pessoas possam desenvolver seu próprio potencial. Essa origem não é uma nota de rodapé; é o alicerce de tudo o que fazemos hoje.
2. A Capacitação Técnica: O Projeto CERT Brasil (Desde 2003) Nossa jornada de preparação comunitária começou oficialmente em 2003, com o projeto CERT Brasil, quando o missionário neozelandês Paul David Cull conduziu o primeiro curso Teen CERT (Equipe Comunitária de Resposta a Emergências). Desde então, com o apoio de uma dedicada Equipe CERT de voluntários, o projeto expandiu-se, capacitando NUDECs, escolas e ONGs na Região Serrana, Moçambique e EUA, e se tornou uma referência em preparação para desastres.
Paul David Cull - Mentor Com uma vasta experiência internacional, Paul é a base técnica e inspiradora do nosso trabalho. Sua qualificação inclui:
Mestrado em Gestão de Emergências (Massey University, NZ).
Credencial de Gestor de Emergências Certificado (CEM) pela Associação Internacional (IAEM).
Formação como Instrutor e Gestor do Programa CERT pelo Instituto de Gestão de Emergências (EMI) dos EUA.
Felipe Lisboa - Da Resposta à Liderança Presente desde a primeira turma do CERT, Felipe personifica a nossa missão. A tragédia de 2011 foi um chamado para a ação:
Atuou diretamente na resposta ao desastre de 2011, ajudando na distribuição de donativos e na coordenação do CERT Brasil.
Em 2013, tornou-se Instrutor CERT após concluir o curso TTT (Training the Trainers).
Formado em Administração de Empresas e com pós-graduação em Gestão de Emergências e Desastres, profissionalizou sua vocação.
Capacitou milhares de pessoas em NUPDECs, Escolas Seguras e comunidades com treinamentos de Primeiros Socorros, Combate a Princípio de Incêndio e Lei Lucas.
De 2019 a 2024, atuou em projetos da Fundação Renova, apoiando os atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana.
É participante ativo na Rede Internacional de Pesquisa Resiliência Climática (RIPERC).
Diego Stoduto - A Força da Ação e Empatia Um dos fundadores do projeto CERT Brasil, Diego traz a essência do serviço comunitário. Pai e motorista profissional, ele atuou na linha de frente da resposta à tragédia de 2011. Movido pela certeza de que a união e a ação podem superar qualquer adversidade, dedica seu tempo e suas habilidades de logística e empatia para apoiar pessoas em momentos críticos.
O legado que queremos construir é a prova de que a resposta a um desastre não termina quando a emergência passa. Ela se transforma em um compromisso contínuo com a vida. Nascemos da maior dor que nossa região já sentiu, mas nosso espírito de servir foi semeado anos antes, no desejo de construir um futuro melhor no Cordoeira.
Somos a união da experiência prática de quem viveu a tragédia, da expertise técnica de gestores qualificados e, acima de tudo, do coração de quem sempre acreditou na transformação social. Nosso propósito é claro: capacitar, preparar e conectar pessoas para que, juntas, possam proteger umas às outras, transformando vulnerabilidade em força.